quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A implementar nas nossa escolas urgentemente

Esta é a mensagem que o pessoal docente da Escola Secundária de Pacific Palisades (Califórnia) aprovou unanimemente que deveria ser gravada no atendedor de chamadas da escola.
Foi o resultado de a escola ter implementado medidas que exigiam aos alunos e aos pais que fossem responsáveis pelas faltas dos estudantes e pelas faltas de trabalho de casa.
A escola e os professores estão a ser processados por pais que querem que as notas que levam ao chumbo dos seus filhos sejam alteradas para notas que os passem - ainda que esses miúdos tenham faltado 15 a 30 vezes num semestre e não tenha realizado trabalhos escolares suficientes para poderem ter positiva.
AQUI VAI A MENSAGEM GRAVADA
Olá! Foi direccionado para o atendedor automático da escola. De forma a podermos ajudá-lo a falar com a pessoa certa, por favor ouça todas as opções antes de fazer a sua selecção:
- Para mentir sobre a justificação das faltas do seu filho, pressione a tecla 1
- Para inventar uma desculpa sobre porque é que o seu filho não fez o seu trabalho, tecla 2
- Para se queixar sobre o que nós fazemos, tecla 3
- Para insultar os professores, tecla 4
- Para saber por que razão não recebeu determinada informação que já estava referida no boletim informativo ou em diversos documentos que lhe enviámos, tecla 5
- Se quiser que lhe criemos a sua criança, tecla 6
- Se quiser agarrar, tocar, esbofetear ou agredir alguém, tecla 7
- Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano, tecla 8
- Para se queixar dos transportes escolares, tecla 9
- Para se queixar dos almoços fornecidos pela escola, tecla 0
- Se já compreendeu que este é o mundo real e que a sua criança deve ser responsabilizada e responsável pelo seu comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelos seus tpc's, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Carta aberta de um professor

Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos os meus concidadãos
Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior.
Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom. Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos), orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos.
Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores.
Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico. Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem. Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo. E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar! Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão.
Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida. É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável). O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nomeado professor titular.
De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar '(...) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens'.
A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos, eu já não sou nada.
Isto é o resultado de uma selecção feita com base na '(...) aplicação de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais mais relevantes (...)[onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade'. É assim que 'reza' o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!
Agora consta por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar... Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar. O título de 'titular' não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta...
Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!
Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.
As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas. Com acetatos, diaporamas, vídeos, powerpoint, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura. Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades...). Receio que os professores deste País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.
Cumprimentos.
(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)
recebido por mail

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

RANKINGS E XANAX

Esta semana evite a companhia de professores. Falar com qualquer um deles pode deixá-lo em mau estado. Vivem, nos dias que correm, em depressão colectiva. A sucessão de reformas, contra-reformas e contra-contra-reformas, a destruição do que se foi fazendo de bom - do ensino especial ao ensino artístico -, a incompetência desta equipa ministerial e o linchamento público de uma classe inteira tem os resultados à vista: as aulas recomeçam com professores tão motivados como um vegetariano perante um bife na pedra.
Sabem que os espera apenas uma novidade: a avaliação do seu desempenho. E é, ao que parece, tudo o que interessa a toda a gente: a avaliação dos professores, a avaliação dos alunos, a avaliação das escolas, a avaliação do sistema educativo português.
Tenho uma coisa um pouco fora do comum para dizer sobre o assunto: a escola serve para ensinar e aprender. Se isto falha, os exames, as avaliações e os 'rankings' são irrelevantes. Talvez não fosse má ideia, enquanto se avaliam os professores, dar-lhes tempo para eles fazerem aquilo para que lhes pagamos em vez de os soterrar em burocracia. Enquanto se exigem mais e mais exames, garantir que os miúdos aprendem com algum gosto qualquer coisa entre cada um deles.
Enquanto se fazem 'rankings', conseguir que a escola seja um lugar de onde não se quer fugir. E enquanto se culpam os professores pelo atraso cultural do país, perder um segundo a ouvir o que eles têm para dizer. Agora que já os deixámos agarrados ao Xanax, acham que é possível gastar algumas energias a dar-lhes razões para gostarem do que fazem? Se não for por melhor razão, só para desanuviar o ambiente nos edifícios onde os nossos filhos passam uma boa parte do dia.
Daniel Oliveira in [Expresso]

"A inútil" escreveu assim a Miguel de Sousa Tavares sobre os professores

É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou "os professores os inúteis mais bem pagos deste país". Espantar-me-ia uma afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui aluna, logo de "inúteis", como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de forma diferente para estar de acordo com o sistema?
O senhor tem filhos? - a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam, teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes que "são os inúteis mais bem pagos do país"? Não me parece... Estudam os seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura! Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos, que os professores "inúteis" são obrigados a atribuir. A alarvidade que escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimentode causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a professora explique de novo?
Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum dos "inúteis" a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andresen, que reverencio. O senhor é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler, com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro quenão. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar. Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que "os jogadores de futebol são os inúteis mais bem pagos do país"? Alguma vez lhe ocorreu escrever que há dirigentes desportivos que "são os inúteis" mais protegidos do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os advogados "são os inúteis mais bem pagos do país"? Ou os políticos? Não, acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados. Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos, "os inúteis mais bem pagos do país", que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.
Assim sendo, sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha é bem necessária antes de "escrevinhar" alarvices sobre quem dá a este país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser do professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si, democracia deve ser estar do lado de quem convém.
Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que terminaum texto da sua sábia mãe:
"Perdoai-lhes, SenhorPorque eles sabem o que fazem".
Ana Maria Gomes
Escola Secundária de Barcelos
recebido por mail

domingo, 21 de setembro de 2008

Carta Inédita de Egas Moniz a D. Afonso Henriques

Meu querido Afonso,
Ou Afonsinho como eu te chamava no tempo em que te educava junto às margens do rio Douro, quando foi do milagre. Eras tão pequenino e enfezadinho.
Afonsinho, em que estavas a pensar quando mais tarde te zangaste com o teu tio e fundaste Portugal?
Olha só no que deu essa tua travessura:

· No exame final de 12º ano és apanhado a copiar chumbas o ano, o primeiro-ministro fez o exame de inglês técnico em casa, mandou por fax e é engenheiro;
· Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode pôr um piercing (um prego nas trombas mas em inglês diz-se assim);
· Um jovem de 18 anos recebe 200 € do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma 236 € depois de toda uma vida do trabalho;
· Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.
O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro.
Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2.000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.
Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é das causas sociais.
O café da esquina fechou porque não tinha WC para homens, mulheres e empregados. No Fórum Montijo o WC da Pizza Hut fica a 100mts e não tem local para lavar as mãos.
O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao petróleo e depois multa quem coloca óleo vegetal nos carros porque não paga ISP (Imposto sobre produtos petrolíferos).
Nas prisões são distribuídas gratuitamente seringas por causa do HIV, mas é proibido consumir droga nas prisões!
Um jovem de 14 anos mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal. Um jovem de 15 leva um chapada do pai, por ter roubado dinheiro para droga, é violência doméstica!
A uma família a quem a casa ruiu e não tem dinheiro para comprar outra, o estado não tem dinheiro para fazer uma nova, tem de viver conforme pode. 6 presos que mataram e violaram idosos vivem numa sela de 4 e sem wc privado, não estão a viver condignamente e aí a associação de direitos humanos faz queixa ao tribunal europeu.
A militares que combateram em África a mando do governo da época na defesa do território nacional não lhes é reconhecido nenhuma causa nem direito de guerra, mas o primeiro-ministro elogia as tropas que estão em defesa das Pátrias do KOSOVO, AFEGANISTÃO E IRAQUE, não da Pátria que fundaste.
Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em Agosto do ano que vem, não pagas às finanças a tempo e horas, passado um dia, já estas a pagar juros.
Fechas a janela da tua varanda e estás a fazer uma obra ilegal, constrói-se um bairro de lata e ninguém vê.
Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos o pões a trabalhar contigo num ofício respeitável, é exploração de trabalho infantil, se és artista e o teu filho com 7 anos participa em gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais, a criança tem muito talento, sai ao pai ou à mãe!
Numa farmácia pagas 0.50€ por uma seringa que se usa para dar um medicamento a uma criança. Se fosses drogado, não pagavas nada!
Afonsinho, de novo te pergunto e por favor responde-me , em que estavas a pensar quando fundaste Portugal? Carago, (à moda do Porto), foi uma diarreia mental que tiveste, confessa lá que foi. Agora todos estão desiludidos. Já te falarei um dia na corrupção. O Gonçalo Mendes da Maia que tu tanto criticavas por querer tudo, era um ingénuo, não era nada ao lado desta gangada, nossos descendentes.
Se vires a senhora tua Mãe, dá-lhe recados.
Um beijo do teu servidor sempre fiel,
Egas Moniz
Recebida por e-mail

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Evolução do Roubo XII

Petróleo cai 38% e a gasolina 4,4%
O preço dos combustíveis não está a acompanhar a descida do preço do petróleo que ontem chegou a negociar a baixo dos 90 dólares por barril no mercado de futuros de Londres.
A cotação de 90,87 dólares igualou a de Dezembro de 2007, quando os portugueses pagavam 1,358 euros pelo litro da gasolina sem chumbo 95 e 1,179 euros pelo do gasóleo. Ontem, com o barril nos 90,87 dólares, os automobilistas pagavam, nos postos de abastecimento da Galp, 1,458 euros por litro de gasolina sem chumbo 95 (mais dez cêntimos do que em Dezembro de 2007) e 1,309 euros por litro de gasóleo (mais 13 cêntimos do que em Dezembro).
Parece que a baixa do preço do petróleo não se reflecte, proporcional e simultaneamente, na descida do custo dos combustíveis em Portugal. Acontece o contrário quando a fonte energética fica mais cara no mercado londrino. Uma situação que está a incomodar o Governo (ver caixa).

O secretário-geral da Associação de Petrolíferas, José Horta, admitiu mesmo que, face à instabilidade registada nos mercados internacionais, numa altura em que os Estados Unidos precisaram de encerrar refinarias, os preços "poderão subir novamente".
José Horta garantiu à Antena 1 que "as petrolíferas têm descido os preços dos combustíveis", mas argumenta que há "algum mal-entendido entre a baixa do crude e dos refinados. Os refinados não seguem sempre o crude. E não temos visto descidas tão acentuadas nos refinados como no crude".

Para o ACP – Automóvel Club de Portugal –, "não obstante a aparente situação de concorrência que possa existir em Portugal, o facto é que o ajustamento de preços do gasóleo e da gasolina é feito, tanto temporal como quantitativamente, de uma forma vincadamente marcada pela actuação do principal operador do mercado. "O ACP fala mesmo em "oligopólio em termos de refinação no mercado" português.

DESCIDA DE PREÇOS É UMA "OBRIGAÇÃO"

O ministro da Economia considerou ontem positiva a descida do preço de petróleo e espera agora, como é sua "obrigação", que as petrolíferas "também baixem" o preço de venda ao público. Sem querer fazer previsões, Manuel Pinho preferiu sublinhar ao Correio da Manhã que os elevados preços do petróleo nos últimos meses tinham uma forte componente especulativa. Passada essa pressão, e com o barril a ser transaccionado abaixo dos 90 dólares, é sem dúvida uma "boa notícia para a economia nacional e mundial", afirmou.

APONTAMENTOS

ANAREC
O presidente da Anarec poderá entregar hoje um documento na Autoridade da Concorrência se os preços dos combustíveis não baixarem, seguindo a descida do petróleo.

IMPOSTOS
Em Portugal, os impostos (IVA e ISP) pesam 60% na gasolina e 48% no gasóleo.

DISCREPÂNCIA
De Dezembro de 2006 ao mesmo mês de 2007, o gasóleo subiu 17,2% em Portugal; o preço do petróleo, 1,5% em euros.

SAIBA MAIS

REFINAÇÃO
O custo de produção dos produtos refinados, gasolina e gasóleo, representam entre 3,5 e 5 dólares por barril de petróleo.
520 mil barris a menos vão ser produzidos diariamente pelos países da OPEP. Apesar disso, o preço mantém-se em queda.
86,9 milhões de barris de petróleo é a produção média diária no corrente ano. A média de produção deve totalizar 94,1 milhões de barris por dia em 2013.

ANGOLA
O ministro angolano do Petróleo vai presidir à OPEP no próximo ano.

in [Correio da Manhã]

A OCDE DESMENTE O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO!

O que o Ministério sabe mas esconde cobardemente, de forma a virar os portugueses menos esclarecidos contra os que trabalham dia a dia para dar um futuro melhor aos filhos dos outros.

'Os PROFESSORES em Portugal não são assim tão maus...'

Consulte a última versão (2006) do Education at a Glance, publicado pela OCDE, em http://www.oecd.org/dataoecd/44/35/37376068.pdf.


Se for à página 58, verá desmontada a convicção generalizada de que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que no estrangeiro não é assim. É apresentado, no estudo, o tempo de permanência na escola, onde os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos de permanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis, gregos, italianos, finlandeses, austríacos, franceses, dinamarqueses, luxamburgueses, checos, islandeses e noruegueses!

No mesmo documento de 2006 poderá verificar, na página 56, que os professores portugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários! Na página 32 poderá verificar que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB, estamos num modesto 19º lugar (em 31 países) e que estamos em 23º lugar (em 31 países) quanto ao investimento por aluno.

E isto, o M.E. não manda publicar... Não tem problema. Já estamos habituados a fazer todos os serviços. Nós divulgamos aqui e passamos ao maior número de pessoas possível, para que se divulgue e publique a verdade.

Recebido por mail

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

SUPER ESCOLA PORTUGUESA

MARAVILHOSO! FINALMENTE UMA COISA BEM FEITA!
O melhor disto tudo é que este e-mail foi-me enviado por um querido amigo que não é PROFESSOR!!
A SUPERESCOLA ou o retrato da escola portuguesa
Onde estão as melhores escolas do mundo?
Claro! Está certo! Em... Portugal
Ora vejamos com atenção o exemplo de uma vulgar turma do 7º ano de escolaridade, ou seja, ensino básico. Ah, é verdade, ensino básico é para toda a gente, melhor dizendo, para os filhos de toda a gente!
DISCIPLINAS / ÁREAS CURRICULARES NÃO DISCIPLINARES
01. Língua Portuguesa
02. História
03. Língua Estrangeira I - Inglês
04. Língua Estrangeira II - Francês
05. Matemática6. Ciências Naturais
07. Físico-Químicas
08. Geografia
09. Educação Física
10. Educação Visual
11. Educação Tecnológica
12. Educação Moral R.C.
13. Estudo Acompanhado
14. Área Projecto
15. Formação Cívica
É ISSO - CONTARAM BEM - SÃO 15
Carga horária = 36 tempos lectivos
Não é o máximo ensinar isto tudo aos filhos de toda esta gente? De todo o Portugal? Somos demais, mesmo bons!
MAS NÃO FICAMOS POR AQUI!!!!
A Escola ainda: Integra alunos com diferentes tipologias e graus de deficiência, apesar dos professores não terem formação para isso;
Integra alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado de toda a espécie e feitio, apesar dos professores não terem formação para isso;
Não pode esquecer os outros alunos, 'atestado-médico-excluídos' que também têm enormes dificuldades de aprendizagem;
Integra alunos oriundos de outros países que, por as mais das vezes nãofalam um cu de Português, ou melhor, nem sequer sabem o que quer dizer cu;
Tem o dever de criar outras opções para superar dificuldades dos alunos,como:
* Currículos Alternativos
* Percursos Escolares Próprios
* Percursos Curriculares Alternativos
* Cursos de Educação e Formação
MAS AINDA HÁ MAIS...A escola ainda tem o dever de sensibilizar ou formar os alunos nos maisvariados domínios:
* Educação sexual
* Prevenção rodoviária
* Promoção da saúde, higiene, boas práticas alimentares, etc.
* Preservação do meio ambiente* Prevenção da toxicodependência
* Etc, etc... 'peço desculpa por interromper, mas... em Portugal são todos órfãos?' (possível interpolação do ministro da educação da Finlândia)
Só se encontra mesmo um único defeito: Os professores. Uma cambada de selvagens e incompetentes, que não merecem o que ganham, trabalham poucas horas (Comparem com os alunos! Vá! Vá! Comparem!!!)
Têm muitas férias, faltam muito, passam a vida a faltar ao respeito e a agredir os pobres dos alunos, coitados!
Vejam bem que os professores chegam ao cúmulo de exigir aos alunos que tragam todos os dias o material para as aulas, que façam trabalhos de casa, que estejam atentos e calados na sala de aula, etc... e depois ainda ficam aborrecidos por os alunos lhes faltarem ao respeito!
Olha que há cada uma! COM FRANQUEZA!!!
Vale a pena divulgar ao maior número de pessoas (de preferência não professores) para que uma visão mais realista se comece a sedimentar.É bom que as pessoas percebam que ter filhos acarreta muita responsabilidade - não só a de os alimentar, vestir, comprar telemóveis, mp3, pc, como também, e principalmente : EDUCÁ-LOS!!!!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Evolução do Roubo XI


AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO - ACÇÃO DE FORMAÇÃO

· VALTER GEMES, doutorado em Banalidades e Idiotices, pela Universidade do Queijo da Serra.

· JORGE CALHAU, doutorado em Incompetências, pela Universidade Piscatória de Braga.


OBJECTIVOS DA ACÇÃO DE FORMAÇÃO

1. Permitir que os professores desenvolvam as suas capacidades de técnicos de animação escolar;

2. Incentivar os professores a resistirem até próximo de metade da idade da reforma;
3. Dinamizar o espírito burocrático na carreira docente;
4. Desenvolver as capacidades físicas, gestuais, linguísticas e criativas dos docentes.
MÓDULO I - PRÉ-FORMAÇÃO
1. Entender que ensinar é uma violação dos direitos de quem não quer aprender (350 horas)

2. Quanto mais entreter mais futuro vai ter (250 horas)

MÓDULO II - RELAÇÃO COM A UNIVERSIDADE
1. Superar o Síndrome da Paciência (150 horas)
2. Como se desviar de um OVI (objecto voador identificado) - visualização de casos práticos no Youtube (200 horas)
3. Como sobreviver a um ano escolar sem dar uma falta (500 horas)
4. Adquirir capacidade de ignorar quando o aluno lhe rebenta os dentes (200 horas)
5. Como esvaziar uma caixa de antidepressivos e ansiolíticos em dois intervalos (150 horas)
6. Como tentar confiscar um telemóvel sem se magoar - visualização de casos práticos em vídeo (800 horas)
7. Como utilizar as novas tecnologias num contexto de jogos e mensagens (125 horas)
MÓDULO III - ACTIVIDADE PRÁTICA
1. Arrotar, dizer palavrões e cuspir, em intervalos consecutivos de 2 segundos (200 horas)
2. Aguentar duas chapadas, três pontapés e uma cabeçada, sempre com um sorriso rasgado (350 horas)
3. Correr 100 metros, com o livro de ponto debaixo do braço, no máximo de 25 segundos (100 horas)
4. Abanar 500 vezes a cabeça, afirmativamente, durante 5 minutos. (185horas)
5. Utilizar 5 resmas de papel, para grelhas de auto-avaliação de 20 alunos, no período de 5 dias ( 240 horas)
MÓDULO IV - RELAÇÃO COM O (A) AVALIADOR(A)
1. Nível 1 (principiante): Pagar o almoço do(a) avaliador(a) na cantina e oferecer-lhe um bilhete para o espectáculo do Tony Carreira (150 horas).
2. Nível 2 (avançado): Reunir durante 3 horas, não tratar de nada e fazer uma acta de 17 folhas (225 horas).
PATROCINADORES
Ø Academia de defesa pessoal 'PIRA-TE E FOGE, LDA.'
Ø Edições Rebeldia
Ø Associação de Pais 'COSPE FOGO'
INSCREVE-TE JÁ
· Se enviares a tua inscrição no espaço de 3 dias terás direito a faltar a 1/2 aula de substituição.
· Se juntares à tua inscrição a de um colega distraído, receberás uma dentadura postiça e umas canadianas em 2.ª mão.

Sindicato dos Técnicos de Animação Escolar

CARTA ABERTA AOS MEUS COLEGAS PROFESSORES - testemunho de um professor aposentado

O texto é grande, eu sei, mas achei que devia partilhar
Testemunho deixado num comentário do colega J. Moedas Duarte que merece aqui completa transcrição.
Fui professor durante 37 anos na Escola P. Francisco Soares de Torres Vedras e reformei-me em Janeiro passado.
Hoje, dia 1 de Setembro, senti necessidade de voltar à escola para dar um abraço solidário aos meus colegas.
Num expositor da Sala de Professores deixei este texto, que partilho agora com o grupo mais alargado dos leitores deste blogue, cujo mérito tenho divulgado sempre que posso.

CARTA ABERTA AOS MEUS COLEGAS PROFESSORES
Pela primeira vez em muitos anos não retomo a actividade docente no início do ano lectivo. Mas não o lamento e é isso que me dói. Sempre disse que queria ficar na escola mais alguns anos para além do tempo da reforma, desde que tivesse condições de saúde para tal. Contudo, vi-me 'obrigado' a sair mais cedo, inclusivé aceitando uma penalização de 4,5% sobre o vencimento.
Não sou protagonista de nada: o meu caso é apenas mais um no meio de milhares de professores a quem este Governo afrontou. Só quem não conhece as escolas e tem uma ideia errada da função docente é que não entende isto.
É doloroso ouvir pessoas que sempre deram o máximo pela sua profissão, que amam o ensino e têm uma ligação profunda com os alunos, a dizerem que estão exaustas e que lamentam não serem mais velhas para poderem reformar-se já. Vejo com enorme tristeza estes colegas a entrarem no ano lectivo como quem vai para um exílio. Compreendo-os bem…Este estado de coisas tem responsáveis: são a equipa do Ministério da Educação e o Primeiro-ministro.A eles se deve a criação de um enorme factor de desestabilização e conflito nas escolas que é a divisão artificial da carreira docente entre 'professores titulares' e os outros que o não são. Todos fazem o mesmo, a todos são pedidas as mesmas responsabilidades, mas estão em patamares diferentes, definidos segundo critérios arbitrários.A eles se deve um sistema de avaliação de desempenho que não é mais do que a extensão administrativa daquele erro colossal.A eles se deve a legislação que não reforça a autoridade dos professores na escola, antes os transforma em burocratas ao serviço de encarregados de educação a quem não se pedem responsabilidades e de alunos a quem não se exige que estudem e tenham sucesso por mérito próprio.
No ano passado 100 000 mil professores na rua mostraram que não se conformavam com este estado de coisas. O Governo tremeu. Mas os Sindicatos de professores não souberam gerir esta revolta legítima. Ocupados por gente que não dá aulas, funcionalizados e alienados pelo sistema, apressaram-se a assinar um acordo que nada resolveu, antes adiou um problema que vai inquinar o ano lectivo que hoje começa.
Todos os que podem estão a vir-se embora das escolas, é a debandada geral. Gente com a experiência e a formação profissional de muitos anos, que ainda podiam dar tanto ao ensino, retiram-se desgostosos, desiludidos, magoados. Deixaram de acreditar que a sua presença era importante e bateram com a porta. O Governo não se importa, nada faz para os segurar: eram gente que tinha espírito crítico e resistia. «Que se vão embora, não fazem cá falta nenhuma!»
Não, não tenho pena de não voltar à escola. Pelo contrário: entro em Setembro com um enorme alívio. Mas não me sinto bem. Estou profundamente solidário com os meus colegas de profissão e tenho a estranha sensação de que os abandonei, embora saiba quanto isso é pretensioso da minha parte. Vejo com apreensão e desgosto que, trinta e sete anos depois de começar a ser professor, a escola não está melhor.Sim, regressarei hoje à escola. Mas só para dar um imenso abraço àqueles que, corajosamente, como professores no activo, enfrentam um novo ano lectivo.
Torres Vedras, 1 de Setembro de 2008
Joaquim Moedas Duarte

quarta-feira, 3 de setembro de 2008