O secretário-geral da Associação de Petrolíferas, José Horta, admitiu mesmo que, face à instabilidade registada nos mercados internacionais, numa altura em que os Estados Unidos precisaram de encerrar refinarias, os preços "poderão subir novamente".
José Horta garantiu à Antena 1 que "as petrolíferas têm descido os preços dos combustíveis", mas argumenta que há "algum mal-entendido entre a baixa do crude e dos refinados. Os refinados não seguem sempre o crude. E não temos visto descidas tão acentuadas nos refinados como no crude".
Para o ACP – Automóvel Club de Portugal –, "não obstante a aparente situação de concorrência que possa existir em Portugal, o facto é que o ajustamento de preços do gasóleo e da gasolina é feito, tanto temporal como quantitativamente, de uma forma vincadamente marcada pela actuação do principal operador do mercado. "O ACP fala mesmo em "oligopólio em termos de refinação no mercado" português.
DESCIDA DE PREÇOS É UMA "OBRIGAÇÃO"
O ministro da Economia considerou ontem positiva a descida do preço de petróleo e espera agora, como é sua "obrigação", que as petrolíferas "também baixem" o preço de venda ao público. Sem querer fazer previsões, Manuel Pinho preferiu sublinhar ao Correio da Manhã que os elevados preços do petróleo nos últimos meses tinham uma forte componente especulativa. Passada essa pressão, e com o barril a ser transaccionado abaixo dos 90 dólares, é sem dúvida uma "boa notícia para a economia nacional e mundial", afirmou.
APONTAMENTOS
ANAREC
O presidente da Anarec poderá entregar hoje um documento na Autoridade da Concorrência se os preços dos combustíveis não baixarem, seguindo a descida do petróleo.
IMPOSTOS
Em Portugal, os impostos (IVA e ISP) pesam 60% na gasolina e 48% no gasóleo.
DISCREPÂNCIA
De Dezembro de 2006 ao mesmo mês de 2007, o gasóleo subiu 17,2% em Portugal; o preço do petróleo, 1,5% em euros.
SAIBA MAIS
REFINAÇÃO
O custo de produção dos produtos refinados, gasolina e gasóleo, representam entre 3,5 e 5 dólares por barril de petróleo.
520 mil barris a menos vão ser produzidos diariamente pelos países da OPEP. Apesar disso, o preço mantém-se em queda.
86,9 milhões de barris de petróleo é a produção média diária no corrente ano. A média de produção deve totalizar 94,1 milhões de barris por dia em 2013.
ANGOLA
O ministro angolano do Petróleo vai presidir à OPEP no próximo ano.
in [Correio da Manhã]
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