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Parlamento. O DN fez as contas à presença dos deputados no plenário, desde o início do ano, nos três dias da semana em que há sessões plenárias.
Conclusão: mesmo sendo por vezes dia de votações, os parlamentares faltam muito mais à sexta-feira.
A reunião com maior assiduidade é a de quinta. Último plenário da semana é o menos concorrido
As faltas dos deputados às reuniões plenárias de sexta-feira, no Parlamento, atingem quase o dobro das ausências registadas nos outros dias. O DN fez as contas às faltas dos parlamentares, desde o início deste ano, nos três dias em que há sessões plenárias na Assembleia da República.
As reuniões de sexta contam 640 faltas. Já a quinta-feira, meio da semana, é o dia de maior assiduidade - regista 341 ausências. Nos plenários de quarta-feira houve 389 faltas.
Na esmagadora maioria trata-se de faltas justificadas - a invocação de trabalho político é campeã nas justificações apresentadas pelos deputados. Em segundo lugar como motivo de ausência surge a doença, mas a grande distância da primeira. Dos números citados está excluída a não comparência nas sessões devido a missão parlamentar.
O total de 1370 faltas dos deputados (o registo de presenças está disponível no site da Assembleia da República) reporta-se aos quase 100 plenários realizados desde o mês de Janeiro até 18 de Julho - data em que os trabalhos parlamentares interromperam para férias -, retomando a 17 de Setembro e até ao final do mês de Novembro.
Os dados tornam evidente a menor assiduidade dos deputados à sexta-feira. No primeiro plenário da semana, à quarta, é raro o número de ausências ultrapassar as duas dezenas. E à quinta-feira menos ainda. Chegados à sexta, o panorama muda completamente de figura - foram 14 os plenários em que faltavam mais de 20 deputados nas bancadas. Por quatro vezes o número de ausentes ultrapassou os 30. E num caso específico, o do plenário menos concorrido do ano - nada menos que a sessão solene do 25 de Abril - as faltas ultrapassaram as quatro dezenas (ver caixa em cima).
Os grandes contribuintes para estes números são o PSD e o PS - mesmo proporcionalmente, faltam mais que os pequenos partidos.
Faltas polémicas no PSD
O DN não incluiu nas contas os plenários de Dezembro pelo facto de os dados não estarem ainda actualizados no site do Parlamento. Mas é certo que a sessão plenária da última sexta-feira ainda pesaria mais no desequilíbrio face aos outros dias - sexta-feira, na hora da votação, não estavam no hemiciclo 13 deputado do PS e 35 da oposição, 30 dos quais do PSD.
Manuela Ferreira Leite interpelou o seu líder parlamentar sobre as faltas e, publicamente, considerou-as "inaceitáveis". O antigo presidente do partido Marcelo Rebelo de Sousa classificou a situação de "gravíssimo" e apelou a consequências. O líder da distrital do PSD/Porto, Marco António Costa exigiu a demissão de Paulo Rangel. E só Pedro Santana Lopes, que também faltou na sexta-feira, se insurgiu contra Marcelo. Com P.S.
in [DN]
Ainda se lembram de a classe docente ser apelidada de absentista? Afinal...
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