quinta-feira, 30 de outubro de 2008

NEM OUTRA COISA SE ESPERAVA NO PAÍS DOS TUGAS!!! III

A CRISE NO SEU AUGE!

Red Nose Day!


A Avaliação de Professores


O POEMA DA "MENTE"



Há um primeiro-ministro que mente,

Mente de corpo e alma, completa/mente.

E mente de maneira tão pungente

Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,

Mas que mente, sobretudo, impune/mente...

Indecente/mente.

E mente tão nacional/mente,

Que acha que mentindo história afora,

Nos vai enganar eterna/mente.

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Privados vão gerir edifícios históricos abandonados


Concessão. Estado tem 4400 imóveis ao serviço

Imóveis em abandono podem ser usados para cafés ou discotecas

Os edifícios históricos, culturais ou religiosos, como igrejas, castelos ou fortalezas, em estado de abandono ou semiabandono e até agora no domínio público, podem ser concessionados aos privados, de acordo com proposta de lei, desde ontem em discussão pública até ao final de Novembro. Os privados podem também pedir a "desafectação do domínio público" de instalações do Estado, como quartéis ou armazéns.

A proposta, ontem apresentada por Carlos Costa Pina, secretário de Estado das Finanças, prevê que as autarquias possam também concessionar aos privados infra-estruturas rodoviárias, como estradas ou mesmo pontes, fornecendo "legislação chapéu" para regular as concessões. Os imóveis classificados, do Estado, podem ser concessionados "a quem tem recursos e capacidades", afirmou Carlos Costa Pina. Poderão ser entregues aos privados, "com regras", respeitando a identidade cultural ou histórica do imóvel. Mas , isto não impede, de acordo com especialistas, que os imóveis possam ter "uma exploração comercial", como "restaurantes, cafés, pontos de venda, ou mesmo discotecas".

A legislação, que desde ontem está em discussão pública, permite mesmo a constituição de garantias reais sobre os imóveis para financiar obras de conservação, podendo as hipotecas bancárias recair sobre o "direito de concessão".


Carlos Costa Pina, secretário de Estado das Finanças, admite a constituição de fundos com imóveis do Estado, em 2009, "com vista a rentabilizar o património". Ontem, as Finanças, em cerimónia de apresentação da proposta de lei sobre bens do domínio público, divulgaram que os administração pública ocupa cerca de 4400 imóveis, com área bruta global da ordem dos 7,9 milhões de metros quadrados. Destes, cerca de 2680 são imóveis estatais, sendo os restantes arrendados a privados.


O recenseamento dos imóveis do Estado, documento ontem parcialmente divulgado pelas Finanças, conclui pela "maior eficiência na ocupação de imóveis arrendados" - o Estado está a pagar, em média, 11 euros por metro quadrado - e por um "potencial significativo de libertação de espaço excedentário" face à área útil média de 50 metros quadrados por colaborador".


Assim, até Março do próximo ano, os ministérios terão de relatar às Finanças os imóveis a libertar "tendo por referência o período de 2009 a 2012", o que deverá resultar em vendas de imóveis. Os ministros terão, também de elaborar planos de conservação e e reabilitação dos edifícios públicos.

RUDOLFO REBÊLO in [DN]
Pergunta: Será que posso transformar e gerir um certo imóvel? Não é que esteja ao abandono, mas...

NEM OUTRA COISA SE ESPERAVA NO PAÍS DOS TUGAS!!! II


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Dollar e a crise!


Carta aberta a José Sócrates II


Senhor Primeiro Ministro:

Venho protestar veementemente junto de Vª Exª pelo nome dado ao computador que os vossos serviços resolveram distribuir aos meninos deste país (os que sobrarem do seu negócio com o Hugo Chavez na troca do petróleo, bem entendido).

Eu, Pedro Carvalho de Magalhães, nunca mais poderei usar a minha assinatura sem ser indecentemente gozado pelos meus colegas de trabalho.

Sempre assinei PC Magalhães e, desde que Vªs Exªs baptizaram o tal computador, tive que alterar todos os meus documentos.

Uma coisa tão simples como perguntar as horas e a resposta que recebo é:

- Atão Magalhães... vai ao Google...

Se vou à máquina de preservativos, há sempre uma boca dum colega:

- Para quê, Magalhães? Não te chega o anti-virus?

Se vou ao dentista, a recepção é sempre a mesma:

- Então o senhor Magalhães vem limpar o teclado...

A minha mulher, Paula Carvalho Magalhães, também sofre pressões indescritíveis no emprego:

Ontem uma colega veio da casa de banho com um tampão na mão e gritou:

- Paula.... esqueceste-te da tua pen!
Também o ginecologista não resistiu ao nome e, após a consulta, disse-lhe que tudo estava bem com as entradas USB!

Nem o meu filho, Pedro Carvalho Magalhães, escapa ao gozo que o nome veio provocar. A Rita, a mocinha com quem andava há mais de 6 meses, acabou tudo com este argumento:

- Magalhães.... vou à Staples procurar outro que a tua pega é muito pequena!

Quando, devido a tudo isto, apanhei uma tremenda depressão que me impediu de trabalhar, fui ao psiquiatra. Ele olhou para o meu nome e disse:

- Pois é, senhor PC Magalhães. Aconselho-o a passar pelo suporte técnico da Staples... podem ser problemas de memória RAM! Neste momento a minha mulher quer desinstalar-se e procurar alguém que tenha um nome 'decente'.

Senhor Primeiro Ministro... porque diabo não puseram Sócrates a esse maldito computador? Queria que o senhor visse o que custa!
Atenciosamente, assina Paulo Carvalho M. (e não me perguntem o que é o M)

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Heróis da nossa geração... VI


Heróis da nossa geração... V


Heróis da nossa geração... IV


Heróis da nossa geração... III


Heróis da nossa geração... II


Heróis da nossa geração... I


Heróis da nossa geração...


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

NEM OUTRA COISA SE ESPERAVA NO PAÍS DOS TUGAS!!!


O GOVERNO DÁ!!!




Vais ter relações sexuais?

O governo dá preservativo!


Já tiveste?

O governo dá a pílula do dia seguinte!


Engravidou?

O governo dá o aborto!


Teve filho?

O governo dá a Bolsa Família!


Tá desempregado?

O governo dá Bolsa Desemprego!


És viciado e não gostas de trabalhar?

O governo dá rendimento mínimo garantido!





AGORA...

Experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha pra ver o que é que te acontece!!!!!

VAIS GANHAR UMA BOLSA DE IMPOSTOS NUNCA VISTA EM LUGAR ALGUM DO MUNDO!!!!!

PARABÉNS TROUXA

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

ME cria ‘bombeiros’ do modelo de avaliação III




Mais um "modelo" salvo!


ME cria ‘bombeiros’ do modelo de avaliação II



Bombeiro em acção: salvamento do "modelo" de avaliação!


ME cria ‘bombeiros’ do modelo de avaliação




Bombeiros a postos para salvar o modelo de Avaliação!


OE 2009 - Educação


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

FICHA DE AUTO AVALIAÇÃO



Nome do avaliado – PROFESSOR(A) …

Categoria - Titular do seu nariz

Departamento Curricular - Língua Portuguesa e Literaturas


1. Como avalia o cumprimento do serviço lectivo e dos seus objectivos individuais estabelecidos neste âmbito?

Avalio com um EXCELENTE. Cá vou vindo todos os dias, como faço há quatro décadas… com a pasta recheada de manuais, livros, dicionários, prontuários, gramáticas, fichas, cadernos, lápis e canetas, uma pen de 4 GB e caneta felpuda para o quadro branco que há nos contentores. Trago a lancheira, uns maços de tabaco, PROZAC e, às vezes, o PC portátil. E trago uns óculos para ver perto (para longe não uso, apesar das cataratas, sou vaidosa…), trago sempre a cabeça entre as orelhas, mãos, braços, pernas e tudo o mais que me faz falta neste domínio. Excelente.


2. Como avalia o seu trabalho no âmbito da preparação e organização das actividades lectivas? Identifique sumariamente os recursos e instrumentos utilizados e os respectivos objectivos.

Avalio com um excelente. Utilizo todos os recursos supracitados com grande mestria, inclusive as TIC, PPS, PPT, PDFs, Scribd, Word, Excel, Moodle, blogues, data-show, Dvds, Cds de todos os tamanhos e Bics de todas as cores. Só me falta usar mais o quadro interactivo e comprar um Migalhões para guardar o lanche que trago de casa, pois ainda não sou de ferro e na minha idade preciso alimentar-me de forma mais saudável do que engolir cafés em todos os intervalos.


3. Como avalia a concretização das actividades lectivas e o cumprimento dos objectivos de aprendizagem dos seus alunos? Identifique as principais dificuldades e as estratégias que usou para as superar.

As actividades lectivas concretizam-se de modo excelente. Entramos e saímos vivos e contentes, apesar da falta de espaço, das obras, da poeira, das salas de aula em contentores, da falta de ar circulante, do amianto em cima das cabeças. E segue o baile. Dos objectivos de aprendizagem dos meus alunos, pois eles que falem! Às vezes doem-me as "cruzes" pois já me custa carregar com a tralha toda já referida, mas os alunos, por enquanto, vão ajudando. Excelente.


4. Como avalia a relação pedagógica que estabeleceu com os seus alunos e o conhecimento que tem de cada um deles?

Excelente. Apesar de me terem trocado as voltas, de me terem tirado turmas e alunos de continuidade e de me terem dado sessenta e dois novos (ôps… será que foi uma homenagem à minha idade?), para lá dos que já tinha, conhecemo-nos excelentemente. E, quanto à nossa relação, os meus alunos riem-se, muito mais do que choram, à minha beira. E estou certa de que aprendem comigo - ainda há dias, no intervalo, a fumar fora de portas os meus cigarros, uma aluna de doze anos correu para o meu lado e puxou ela também de um cigarro para me acompanhar no gesto. Até esta aprendizagem definida pela ASAE é integralmente cumprida.


5. Como avalia o apoio que prestou à aprendizagem dos seus alunos?

Excelente, também. E vou tendo sempre clientes nas aulas de reforço, apoio, substituições, salas de estudo... até no jardim em frente à escola a avaliar com os alunos os galhos das árvores que podem aguentar que se trepe, apoiando-os no exercício, ou a tentar apoiar e compreender a linguagem utilizada pelos jovens casais de alunos, sob as mesmas árvores, a exercitar experiências de natureza físico-química aprendidas nas aulas práticas…


6. Como avalia o trabalho que realizou no âmbito da avaliação das aprendizagens dos alunos? Identifique sumariamente os instrumentos que utilizou para essa avaliação e os respectivos objectivos.

Excelente. Estou sempre de olho neles e de ouvido alerta, memória de elefante e caderno mágico para anotações. Consegui preencher todas as grelhas das turmas do ensino regular e recorrente, conforme a legislação específica que muda a cada semana e que já tenho decorada, preenchi cuidadosamente o PIAV das oito turmas com todas as cruzes e percentagens, os cronogramas e as configurações da avaliação de todas as turmas, produzi planificações, relatórios disto e daquilo, consegui fazer todos os diagnósticos, reflexões e análises do APA, dos NEE, dos AOPES, do PEE, do PAA, de todos os PCP (planos curriculares de turma), do PQP (isto não sei bem o que é, mas preenchi…) conforme descrito nas actas de todos os Conselhos de Turma e reuniões de Departamento, Grupos, Minigrupos, etc. E, mais difícil ainda, consegui distribuí-los por níveis, só quatros e cincos no básico, assim como nas turmas do secundário, dezoitos e dezanoves pois o vinte é pra mim, que o mereço por ter contribuído com eficácia para as estatísticas ministeriais referentes ao sucesso educativo. Excelente.


7. Identifique a evolução dos resultados escolares dos seus alunos. Avalie o seu contributo para a sua melhoria e o cumprimento dos objectivos individuais estabelecidos neste âmbito.

Excelente. Este ponto descreverei detalhadamente apenas no final do ano, mas atendendo a que esta escola não costuma ficar bem colocada nos rankings, posso contribuir para essa melhoria e ir dizendo antecipadamente, com alguma alegria, que a maior parte dos alunos do 11º e 12º anos já consegue ler, e quase todos já escrevem frases utilizando a letra maiúscula no início, apesar das enormes dificuldades com a pontuação e a troca dos B pelo V e bice-bersa.
Apesar de nunca lerem as obras obrigatórias, é notável a ampliação vocabular que revelam devido aos hábitos de aprendizagem adquiridos através dos “Morangos com Açúcar”, obra-prima que pode servir como exemplo de prática inovadora e motivadora, ao invés da leitura de “Os Lusíadas” ou do “Memorial do Convento”, obras impostas pelo M.E. e que são a verdadeira causa dos maus resultados desta escola nos exames. Caso esse factor seja objecto de alteração pelo M.E., posso afirmar desde já que os resultados serão excelentes, assim como eu. Excelente.

[received by e-mail]

domingo, 19 de outubro de 2008

JAMAIS A VERDADE FOI TÃO BEM ESCRITA...

Faço projectos, planos, planificações;
Sou membro de assembleias, conselhos, reuniões;
Escrevo actas, relatórios e relações;
Faço inventários, requerimentos e requisições;
Escrevo actas, faço contactos e comunicações;
Consulto ordens de serviço, circulares, normativos e legislações;
Preencho impressos, grelhas, fichas e observações;
Faço regimentos, regulamentos, projectos, planos, planificações;
Faço cópias de tudo, dossiers, arquivos e encadernações;
Participo em actividades, eventos, festividades e acções;
Faço balanços, balancetes e tiro conclusões;
Apresento, relato, critico e envolvo-me em auto-avaliações;
Defino estratégias, critérios, objectivos e consecuções;
Leio, corrijo, aprovo, releio múltiplas redacções;
Informo-me, investigo, estudo, frequento formações;
Redijo ordens, participações e autorizações;
Lavro actas, escrevo, participo em reuniões;
E mais actas, planos, projectos e avaliações;
E reuniões e reuniões e mais reuniões!...

E depois ouço,
alunos, pais, coordenadores, directores, inspectores,
observadores, secretários de estado, a ministra
e, como se não bastasse, outros professores,
e a ministra!...


Elaboro, verifico, analiso, avalio, aprovo;
Assino, rubrico, sumario, sintetizo, informo;
Averiguo, estudo, consulto, concluo,
Coisas curriculares, disciplinares, departamentais,
Educativas, pedagógicas, comportamentais,
De comunidade, de grupo, de turma, individuais,
Particulares, sigilosas, públicas, gerais,
Internas, externas, locais, nacionais,
Anuais, mensais, semanais, diárias e ainda querem mais?

- Querem que eu dê aulas!?...

[recebido por mail]

Metáforas

...Enquanto suturava uma ferida na mão de um velho lavrador, o médico e o doente começaram a conversar sobre a recente manifestação de professores e o descontentamento da classe, relativamente às políticas educativas do Governo.

Então o velhinho disse:

- Bom, o senhor sabe... Essa tal Milú, a Ministra, é uma tartaruga em cima de um poste...

Sem saber o que o camponês queria dizer, o médico perguntou o que era uma tartaruga num poste.

O camponês explicou:

- É quando o senhor vai por uma estradinha e vê um poste de vedação, em arame farpado, com uma tartaruga equilibrando-se em cima dele. Isto é uma tartaruga em cima de um poste!...

O velho camponês olhou para a cara de espanto do médico e vendo que ele ainda não tinha compreendido, continuou com a explicação:

- Você não entende como ela chegou lá;

- Você não acredita que ela esteja lá;

- Você sabe que ela não subiu para lá sozinha;

- Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;

- Você sabe que ela não vai conseguir fazer absolutamente nada de útil enquanto estiver lá;

- Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá!


[recebido por mail]

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Avaliação de Desempenho IX



Para mais informações visite:


http://www.docentemas.cl/documentos.php?PHPSESSID=1bbc21c371f80724aaa8cfddf9da3ed9

Nada como beber na fonte!!!

Qualquer semelhança com... é puro plágio!


Avaliação de Desempenho VIII - Pedido de demissão de um avaliador

Declaração do professor José Maria Cardoso, representante da Área Disciplinar de Geografia da Escola Secundária Alcaides de Faria – Barcelos


“as metodologias de avaliação correspondem a construções científicas que actuam sobre «juízos de valor» de forma a transformá-los em «juízos com utilidade»”.

E. G. Guba e Y. S. Lincoln (1989)


A presente exposição de fundamentos tem por intenção solicitar a demissão do cargo de avaliador de desempenho dos docentes da Área Disciplinar que represento.

Começo por dizer que esta declaração deve ser entendida como uma posição pessoal que ninguém mais vincula do que eu próprio e que nada tem contra alguém em particular, nomeadamente a professora-coordenadora do departamento curricular de Ciências Geográficas e Matemáticas ao qual pertenço que, tal como está determinado nas suas competências, foi quem me atribuiu o supracitado cargo. Aliás, atesto com autenticidade que, dentro da lógica funcional invocada, as decisões e a metodologia de delegação de poderes e competências utilizado pela coordenadora foi um processo sensato, democrático e ajustado à realidade profissional dos elementos que compõem o departamento.

Também quero referir que o motivo do protesto aqui apresentado não é pelo facto de existir uma avaliação profissional, até porque considero esta importante e necessária como forma de regular a qualidade do ensino ministrado na Escola Pública enquanto serviço universal, gratuito e garante de igualdade de oportunidades. O que ponho em causa e contesto é o paradigma, a conduta e os objectivos subjacentes à regulamentação avaliativa que nos estão a impor. Manifesto veementemente total e absoluta discordância com o processo de avaliação do desempenho dos docentes instituído pelo decreto regulamentar nº 2 / 2008 de 10 de Janeiro.

Sob pena de adulterar a dignidade de ser professor dentro da dialéctica do ensinar/ aprendendo, não posso nunca aceitar esta perspectiva hierarquizante e unilateral, burocrática e redutora, que concebe a avaliação como um correctivo numa espécie de produto a quantificar cujo objectivo é que alguns - poucos, os raros, alcancem o mérito, pelo demérito dos outros - muitos, os vulgares.

Sempre defendi, como um princípio basilar de postura pessoal e profissional, a lisura de procedimentos, a lealdade de relacionamentos e a justeza de apreciações. Evocando a ideia de que a escola é um território de construção do homem e que a sua função é mais do ser do que do saber e entendendo a nossa profissão como uma simbiose sinergética de conhecimento/aprendizagem e formação/educação num processo de contextualização sócio-formativa, é lógico de admitir que os valores e atitudes por nós demonstrados e vivenciados são referência e modelo para os nossos alunos. Temos de saber construir a escola com uma cultura profissional colaborativa e de avaliação conjunta e com a justa percepção de que o que se passa na escola marca a personalidade de quem formamos e a qualidade do ensino que ministramos.

O que o ME nos apresenta como modelo de avaliação intencionalmente subverte todos estes valores e perigosamente abre o caminho do individual, bem ao jeito selvático do “salve-se quem puder”.

Como é que nós vamos explicar aos nossos alunos que a avaliação é um processo transparente, democrático e com igualdade de oportunidades, se o que fazemos entre nós é contrário? - modelo impositivo, selectivo e nebuloso.

Como é que nós vamos explicar aos nossos alunos que a avaliação é um processo formativo, que se desenvolve no tempo e por reflexão individual e colectiva, se o que fazemos intra-pares é oposto? - modelo piramidal, quantitativo e unilateral.

Como é que vamos explicar aos nossos alunos que a avaliação é um processo de negociação a construir, que se deve pautar por uma metodologia de contínua interacção através de uma análise crítica e de auto-confrontação entre o obtido e o pretendido, se o que fazemos connosco é antagónico? - modelo funcionalista, burocrático e punitivo.

Considerando, como é óbvio, que o conceito de avaliar não é unívoco, é hoje consensual que existe uma clara distinção entre avaliação e medição, sendo aceite genericamente considerar avaliação como a investigação sistemática do valor ou mérito de um objecto, mesmo que este possa ter diferentes acepções.

Tendo como base o princípio da chamada quarta geração da avaliação, onde o avaliador assume o papel de orquestrador num processo de negociação, bem ao jeito do paradigma construtivista em que os avaliados são (co)autores de todo o decurso, entendo que a avaliação só faz sentido se for integradora e de co-participação em todos os procedimentos numa lógica de responsabilização repartida pelo papel que cada um desempenha para o benefício colectivo.

Um modelo de avaliação do desempenho docente tem, em primeiro lugar, de ser conhecido e compreendido pelos professores, e estes têm que sentir a garantia que a sua efectiva exequibilidade é uma mais-valia pessoal e profissional. Por outro lado, tem de prospectivar, realística e consensualmente, propósitos que contribuam para o progresso da qualidade do trabalho pedagógico que vise um verdadeiro aperfeiçoamento da aprendizagem dos alunos.

Avalia-se dentro de uma pedagogia interactiva em que a definição de objectivos terá obrigatoriamente de ser a melhoria das partes para um melhor sistema, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento das escolas, do ensino e da educação.

Tenho muitas dúvidas se o interesse da avaliação que nos estão a impor é esse e tenho muita certeza que o resultado nunca esse será.


Em função do exposto e considerando que…

1 – …não aceito que a avaliação de desempenho da minha profissão se transforme num mero procedimento de controlo burocrático-administrativo que hierarquiza professores pelas tarefas e não pelas competências, pelos níveis classificativos dos alunos e não pelos resultados sociais, pelo número de faltas a que legalmente têm direito e não pela eficiência e condições da presença, pela obediência acrítica e não pela confrontação de ideias;

2 – …não pactuo com um sistema que nos quer transformar em ordeiros criadores de fichas, em sapientes fazedores de planificações, em verdugos controladores de lacunas, em zelosos examinadores de aulas e em indefectíveis classificadores de pares, ao serviço de um poder que hierarquizou a carreira para confundir a classe, contaminando e destabilizando o ambiente escolar bem ao jeito do “dividir para reinar”. Não nos retirem tempo e paciência que obste a missão digna que nos foi confiada que é a de ensinar;

3 – …não consinto que a lógica estrutural de concepção que subjaz ao modelo de avaliação submetido decorra de uma estrita preocupação economicista ao estancar a progressão de carreira a cerca de 75% dos professores, na medida que ao impor quotas para as menções de “Excelente” e “Muito Bom”, desvirtua qualquer perspectiva de mérito assente nos conhecimentos, capacidades e competências. É a leviandade de um processo ao préstimo da conveniência do momento sem tão-pouco precaver os efeitos perversos de futuro;

4 – …não me sinto convenientemente preparado para avaliar os meus colegas, até porque não me foi oferecida qualquer formação nesse sentido. Não me sinto vocacionado para exercer o cargo de avaliador inter-pares, até porque nunca considerei ser essa uma das atribuições enquanto professor. Não me sinto identificado com o modelo institucionalizado, até porque não acredito minimamente nos seus instrumentos de operacionalização nem na sua credibilidade da melhoria do sistema de ensino. Antes pelo contrário, tenho a convicção que a aplicação deste pseudo-modelo de avaliação, sustentado pela arbitrariedade de decisões e associado ao novo regime de gestão que pretende governamentalizar a vida das escolas, irá gerar uma torrente de desigualdades e concomitantes injustiças;

5 - …não me parece que seja possível ultrapassar uma exigência legal plasmada no Código do Processo Administrativo, quando no seu Artigo 37º, referente aos requisitos de acto de delegação de competências ou poderes, no ponto dois se diz taxativamente o seguinte: “Os actos de delegação e subdelegação de poderes estão sujeitos a publicação no Diário da República, ou, tratando-se da administração local, no boletim da autarquia, e devem ser afixados nos lugares de estilo quando tal boletim não exista."
Não querendo fazer desta prerrogativa legal o espaço de luta pela contrariedade ao processo instituído, julgo, contudo, que é de todo importante lembrar aos responsáveis ministeriais, que se auto-intitulam de desvelados cumpridores, que as leis, quando em vigor, se aplicam a todos;

6 - …tenho o direito de não querer embarcar neste irresponsável aventureirismo avaliativo de consequências imprevisíveis, e muito menos quero dar a minha fiança ao modelo assumindo o papel de professor-avaliador, o que me transfigura numa peça-chave deste xadrez complexo que não quero jogar. Urge saber defender a Escola Pública com qualidade e, para isso, é necessário reflectir e agir com a tranquilidade obrigatória das decisões assertivas. Não podemos correr riscos e temos de fazer da avaliação de desempenho dos docentes uma oportunidade única de melhorar todo o sistema escolar e contribuir decisivamente para a construção de um novo e sustentado arquétipo de educação em Portugal.

Eu, abaixo-assinado, venho por este meio apresentar ao Conselho Executivo, ao Conselho Pedagógico e à Comissão de Coordenação da Avaliação do Desempenho do Pessoal Docente da Escola Secundária Alcaides de Faria, o meu pedido de demissão do cargo de avaliador para o qual fui indigitado e sobre o qual ainda não iniciei funções.

Barcelos, 06 de Outubro de 2008


(José Maria Barbosa Cardoso)
Professor do Quadro de Nomeação Definitiva e Representante da Área Disciplinar de Geografia da Escola Secundária Alcaides de Faria – Barcelos

[recebido por mail]

Avaliação de Desempenho VII


MAGALHÕES!!!


Manifestação Nacional!


Professores voltam à rua com manifestação a
08 de Novembro

Os professores regressam às acções de luta a 8 de Novembro, com uma manifestação nacional de protesto em Lisboa contra as políticas educativas e o ambiente vivido nas escolas.

Em conferência de Imprensa promovida pela Plataforma Sindical dos Professores, o porta–voz da plataforma, Mário Nogueira, anunciou a convocação de uma manifestação que será "um momento de partida para reiniciar a luta no período 2008/2009".

Oito meses depois da manifestação de 8 de Março, os professores vão voltar à rua contra as políticas educativas do Ministério da Educação e contra o clima muito complicado e de sufoco que se vive nas escolas...

Actualmente, decorrem negociações entre a tutela e os sindicatos representativos dos professores, para alterar o diploma que rege o concurso de colocação de docentes, que termina a 30 de Outubro.

A manifestação convocada "não será comparável à de Março", que mobilizou cerca de 100 mil professores, porque não é esse o objectivo.

Março foi o culminar da luta do anterior ano lectivo.

Esta servirá para reaquecer os motores e como um factor de pressão para exigir a possível alteração da legislação da colocação de professores.

Era muito importante escolher uma data que permitisse expressar o descontentamento da classe, mas também intervir caso o ME não tenha acatado as propostas apresentadas.

Caso seja accionada a negociação suplementar, haverá mais duas reuniões, sendo que a segunda decorrerá, segundo os sindicatos, por volta de 10 de Novembro.

O Ministério da Educação aceitou a proposta de realizar uma "reunião tripartida com os sindicatos e o Conselho Cientifico de Avaliação dos Professores" para fazer um balanço rigoroso do que se passa nas escolas.

É necessário perceber-se se a avaliação de desempenho está a pôr em causa o desempenho e a afectar o funcionamento normal das escolas. Se estiver, têm que ser tomadas medidas, que podem ir da simplificação à suspensão.

O porta-voz aproveitou ainda para se desmarcar da manifestação marcada para 15 de Novembro por vários movimentos cívicos de professores, em Lisboa: "É uma iniciativa que, pela forma como está a ser organizada e promovida, demonstra um tom anti-sindical", afirmou "As manifestações e lutas devem sempre ajudar a unir e servir para construír”.

Os sindicatos já voltaram a construir essa unidade para os professores, pelo que apelamos que todos os movimentos se juntem à manifestação de 08 de Novembro".
Esta união deve acontecer "sem qualquer sectarismo, sem qualquer exclusão e divisão, uma vez que nada se ganha a fragilizar os sindicatos pois "Não há nada que se construa e não há unidade que exista sem sindicatos”.

A 8 de Novembro, iremos, todos nós, concentrar-nos no alto do Parque Eduardo VII, em Lisboa, e percorrer o caminho até ao Ministério da Educação, na avenida 5 de Outubro.

PARTICIPEM… A UNIÃO FAZ A FORÇA!!!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Avaliação de Professores


No Mundo e em Portugal

Onde se inspirou o governo português para conceber um modelo de avaliação tão burocrático? Em declarações ao órgão de propaganda do PS a ministra da educação afirma que se inspirou em modelos de avaliação existentes na Inglaterra, Espanha, Holanda e Suécia (Março de 2008).

Os professores destes países negam tal afirmação. O modelo que maiores semelhanças tem com o português é o chileno, mas mesmo assim é menos burocrático.

Estamos pois perante o sistema de avaliação mais burocrático do mundo, e que fomenta o fim do trabalho cooperativo nas escolas. Não admira que ao aperceber-se da gravidade do problema, o próprio ME tenha vindo a apelar para que cada escola simplifique o sistema, criando desta forma uma disparidade de modelos e de critérios de avaliação no país.

Consultas:


Avaliação de Professores na Alemanha

1. Categorias: Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola, tal como existia em Portugal.

2. Aulas Assistidas: Acontecem durante o período de formação e depois de 6 em 6 anos. A aula tem a duração de 45 minutos e é assistida pelo chefe da Direcção escolar. Essa assistência tem como objectivo a subida de escalão. Depois de atingido o topo da carreira, acabaram-se as aulas assistidas e não existe mais nenhuma avaliação.

3. Horários dos Professores: Não existe diferença entre horas lectivas e não lectivas. Os horários completos variam entre 25 e 28 horas semanais.

4. Avaliação de Alunos: As reuniões para efeito de avaliação dos alunos têm lugar durante o tempo de funcionamento escolar normal, nunca durante o período de interrupção de actividades ou de férias. Tanto na Alemanha como na Suíça, França e Luxemburgo, durante os períodos de férias as escolas encontram-se encerradas. Encerradas para todos, alunos, pais, professores e pessoal de Secretaria. Os alunos e os professores têm exactamente o mesmo tempo de férias. Não existe essa dicotomia idiota entre interrupções lectivas, férias, etc.

5. Horários escolares: Nas escolas de Ensino Primário as aulas vão das 8.00 às 13 ou 14 horas. Nos outrosníveis começam às 8 .00 ou 8.30 e terminam às 16.00 ou, a partir do 10° ano,às 17:00.

6. Férias: cerca de 80 dias por ano, embora possa haver ligeiras diferenças de Estado para Estado.

7. Máximo de alunos por turma: 22


Avaliação de Professores na Suíça

1. Categorias: Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas: Estas aulas só ocorrem durante a formação e para a subida de escalão.

3. Férias: As escolas durante o período de férias estão encerradas. Total de dias de férias: cerca de 72 (pode haver diferenças de cantão para cantão).

4. Os horários escolares: Idênticos aos da Alemanha. Até ao 4° ano de escolaridade, inclusive, não há aulas de tarde às quartas-feiras, e terminam cerca das 11.30.

5. Máxima de alunos por turma: 22.


Avaliação de Professores na Bélgica

1. Categorias: Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas: As aulas Assistidas só ocorrem quando são solicitadas pela direcção da escola, mas não contam para efeitos de progressão dos docentes.

3. Avaliação das Escolas: A avaliação dos professores está englobada na avaliação das escolas. Avalia-se o trabalho da escolas, e desta forma o trabalho dos professores que nelas exercem a sua actividade.


Avaliação de Professores na Inglaterra e País de Gales

1. Categorias: Os professores do ensino público estão divididos em função de duas categorias salariais: A Tabela Salarial Principal (dividida em 6 níveis) e a Tabela Salarial Alta (dividida em 3 níveis).

2. Avaliação: A progressão nas tabelas depende dos resultados da avaliação contínua e que envolve o director da escola, o conselho directivo e os avaliadores de "performance".


Avaliação de Professores na França

1. Categorias: Não existe qualquer categoria similar à de professor titular.

2. Aulas assistidas: As aulas assistidas só ocorrem no mínimo de 4 em 4 anos, a regra é de 6 em 6 anos, e são observadas por um inspector com formação na área do professor. O objectivo destas aulas é essencialmente formativo, tendo em vista ajudar os professores a melhorar as suas práticas lectivas.
3. Progressão na carreira: Para além da antiguidade, são tidos em conta os resultados da observação das aulas e as acções de formação frequentadas pelos professores.


Avaliação dos Professores em Espanha

1.Descentralização: A única legislação nacional que existe sobre avaliação dos professores e sistemas de promoção contemplam apenas o ensino básico. Cada "Comunidade Autonómica" estabelece os seus próprios critérios para a progressão dos professores.

3. Avaliação: Embora não existam progressões automáticas, na maioria dos casos as mesmas são feitas com base na antiguidade.


Avaliação de Professores nos EUA

1. Descentralização: Cada um dos 13 mil distritos escolares tem os seus próprios critérios de recrutamento, de carreira, avaliação de desempenho, promoção ou de pagamento.

2. Avaliação: Não existe um sistema único de avaliação. Nos distritos onde existe avaliação, esta pode ser feita pelo director da escola ou entre os próprios professores.

3. Progressão: Em geral os aumentos salariais são feitos em função do tempo de serviço.


Avaliação de Professores no Chile

O Ministério da Educação de Portugal terá copiado o modelo chileno de avaliação?. ( Consultar ) . Estes modelos foram já objecto de uma comparação muito elucidativa das suas semelhanças e diferenças.

Comparação

Modelo de Avaliação Português / Modelo de Avaliação Chileno

Periodicidade

1. A avaliação global é feita de 2 em 2 anos.

2. A avaliação serve sobretudo para contagem de serviço para a progressão na carreira (existem cotas para a categoria de titulares).

1. A avaliação é feita de 4 em 4 anos.

2. A avaliação serve sobretudo para premiar financeiramente os melhores desempenhos, os quais pode ir até 25% do salário mínimo nacional chileno (não existem cotas para estes prémios).


Instrumentos de Avaliação

1. Fichas de auto-avaliação do professor;

2. Ficha dos objectivos individuais de cada professor;

3. Ficha de avaliação dos objectivos individuais do professor;

4. Portefólio do professor

5. Avaliação do portefólio do professor avaliado;

6. Entrevista pelo professor avaliador. Implica o preenchimento de ficha de avaliação.

7. Avaliação pelo coordenador do Departamento Curricular. Implicando o preenchimento de ficha de avaliação).

8. Avaliação pela Comissão Executiva (Director). Implica o preenchimento de ficha de avaliação).

9. Assistência do avaliador a pelo menos 3 aulas em cada ano lectivo. Implica o preenchimento de 3 fichas de avaliação.

1. Fichas de Auto-avaliação;

2. Entrevista pelo professor avaliador;

3. Avaliação do director ou do chefe técnico da escola;

4. Portfólio, que inclui a gravação em vídeo de uma aula, de 4 em quatro anos.


Níveis de Desempenho e Resultados da Avaliação

1. Excelente (com cota fixada pelo governo). Duas vezes seguidas reduz em quatro anos o tempo de serviço para acesso à categoria de titular; Quatro vezes seguidas dá direito a prémio de desempenho.

2. Muito Bom (com cota fixada pelo governo). Duas vezes seguidas reduz 2 anos o tempo;

3. Bom. Classificação mínima necessária para progredir.

4. Regular. Não progride. Proposta de acção de formação contínua;

5. Insuficiente. Não progride. Pode determinar a reconversão profissional.


1. Destacado ou Competente. Recebe um abono suplementar mensal. O abono dura três e quatro anos.

2. Insatisfatório. Repete a avaliação no ano seguinte. Se na segunda avaliação tiver o mesmo resultado e deixa de dar aulas, durante um ano. Se tiver uma terceira avaliação negativa sai da carreira, mas recebe um abono.


Nota: Esta informação é a verdade, sem demagogias e não serve para caçar votos. Envia-a ao maior número de colegas possível, seguindo o princípio que indivíduo informado vale por dois.Não nos podemos deixar enganar !!!

[recebido por correio electrónico]

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Avaliação de Desempenho VI


e-Escolinha - Ou como alguém enche os bolsos à custa do trabalho dos Professores do 1º Ciclo

Já não bastam as toneladas de papel que é necessário preencher, agora arranjaram um nova utilidade para os professores do 1º Ciclo.


Assim:


"Devem os professores titulares de turma:


- Informar os encarregados de educação sobre o programa e-escolinha.


- Receber os documentos para adesão ao programa e-escolinha (ficha de inscrição e termo de responsabilidade) e facultá-los aos encarregados de educação.


- Realizar a inscrição dos alunos que desejam aderir ao programa no sítio da Internet do e-escolinha.


- Verificar a veracidade dos dados exportados para o sistema e corrigi-los caso se verifique alguma discrepância relativamente aos dados do aluno.


- Agendar, através do sítio na Internet do programa e-escolinha, a entrega dos computadores Magalhães na escola, junto dos operadores seleccionados pelos encarregados de educação.


- Receber os computadores Magalhães e distribui-los pelos alunos.


- Realizar esta operação o número de vezes necessárias, de acordo com a manifestação de intenção de adesão dos encarregados de educação."


Pergunto:


- O novo ECD obriga os professores a colaborarem numa gigantesca manobra de propaganda politica?


- Obriga os professores do 1º CEB a serem promotores de vendas da Zon, TMN, Vodafone e Optimus?


recebido por mail

terça-feira, 7 de outubro de 2008

LEI 3/2008 — CARTA DE AGRADECIMENTO

Logo depois de ter lido aqueles documentos sobre a avaliação dos professores, pensei como lhe deveria agradecer, Srª Ministra. Afinal, aquelas horas passadas diariamente junto do meu filho a verificar se os cadernos e as fichas estavam bem organizados, a preparar a mochila e as matérias a estudar para o dia seguinte, a folhear a caderneta escolar, a analisar e a assinar os trabalhos e os testes realizados nas muitas disciplinas, a curar a inflamação de uma garganta dorida pela voz de comando "Vai estudar!" ou pela frase insistentemente repetida, de 2ª a 6ª feira:"DESPACHA-TE! AINDA CHEGAS ATRASADO!" ou o incómodo e o tempo perdido para o levar diariamente à Escola, percorrendo, mais cedo do que seria necessário, um caminho contrário àquele que me conduziria ao meu emprego, tinham finalmente, os seus dias contados.
Doravante, essa responsabilidade passaria para a Escola e, individualmente, para cada um dos seus professores. Finalmente, poderei ir ao cinema, dar dois dedos de conversa no Café do Sr. Artur, trocar umas receitinhas com a minha vizinha (está entrevadinha, coitadinha!) ou acomodar-me deliciosamente no sofá da sala a ver aminha telenovela brasileira preferida.
O rapaz ainda me alertou para os efeitos das faltas o conduzirem à realização de uma prova de recuperação. Fiz contas e encolhi os ombros - poupo gasóleo e muitos minutos de caminho, de tráfego e de ajuntamentos. Afinal, ele até é esperto e, se calhar, na internet, encontra alguns trabalhos ou testes já feitos…
Sempre pode fazer "copy – paste"…
Efectivamente, as provas de recuperação parecem-me a melhor solução para acabar com a minha asfixia matinal e vespertina. Ontem, a minha vizinha da frente, que tem dois ganapos na escola do meu, disse-me que, se ele continuar a faltar, o vêm buscar a casa, e que, no próximo ano lectivo, os professores vão tomar conta deles depois das aulas.
Oiro sobre azul.
Obrigada, Srª Ministra. A Senhora é que percebe desta coisa de ser mãe! A Senhora desculpe a minha ousadia, mas será que também não seria possível fazer uma lei para os miúdos poderem ficar a dormir na escola?
Bastava mandar retirar as mesas e cadeiras das salas de aula e substituí-las por beliches, à noite. De manhã, era só desmontar e voltar a arrumar. Têm bar, cantina e até duche. Com jeito, eles ainda aprendiam algumac oisinha sobre tarefas domésticas, porque, em casa, não os podemos obrigar a fazer nada ou somos acusados de exploradores do trabalho infantil com a ameaça dos putos ainda poderem apresentar queixa junto das autoridades policiais.
Ao Sábado, Srª Ministra, podiam ocupá-los com actividades desportivas ou de grupo, teatro, catequese, escuteiros, defesa pessoal…
O ideal mesmo era que os pudéssemos ir buscar ao Domingo, só para não se esquecerem dos rostos familiares.
O meu medo, Srª Ministra é aquela ideia que a minha vizinha Sandrinha, aquela dos três ganapos, comentava hoje comigo. Dizia-me que a Senhora Ministraq uer criar o ensino doméstico. Eu acho que ela deve ter ouvido mal ou então confundiu o jornal da SIC com aquele programa da troca de casais do canal 24.
Eu acho que isso não vinga em Portugal, porque não temos a extensão de uma América do Norte ou de uma Austrália e, por outro lado, tinha que comprar e equipar os VEI (veículos de educação itinerante), o que iria agravar mais o deficit das contas públicas e o insucesso dos nossos miúdos.
Foi isso que eu disse à Sandrinha.
Acho que ela deve estar enganada. Logo agora, que podemos respirar de alívio porque não temos que nos preocupar com a escola dos garotos, essa ideia vinha destruir tudo, porque os obrigava a ficar em casa para receberem os VEI e aos pais ainda iria ser exigido algum acompanhamento. A Senhora faça é aquilo que decidiu e não oiça o que os inimigos dos pais e das mães lhe tentam dizer (já agora, lembre-se da minha sugestãozita!).
Assim, os professores, com medo da sua própria avaliação, passam a dar boas notas e a passar todos os miúdos e, desta forma, o nosso país varre o lixo para debaixo do tapete, porque é muito feio e incomodativo mostrarmos, lá fora, que somos menos capacitados que os nossos"hermanos" europeus.
Uma mãe e encarregada de educação agradecida