sábado, 12 de abril de 2008

A DREN afinal existe

O departamento do Ministério da Educação tornou-se conhecido por não gostar da liberdade: depois do caso Charrua, queixas contra jornais e televisões.
Temos, todos, uma grande dívida para com Margarida Moreira. Não fosse a directora Regional de Educação do Norte ter criado o famoso incidente com o professor Charrua e poucos saberiam que existia uma DREN. Graças à despropositada iniciativa da sua directora ficámos todos a saber que existia um departamento do Ministério da Educação com aquelas siglas e que tinha por tarefa, senão cuidar dos problemas do ensino, pelo menos punir os autores de críticas ou insultos ao primeiro-ministro.

Agora a DREN volta a dar que falar. E novamente por motivos que se prendem com a liberdade. Desta vez, porém, não foi Margarida Moreira - a directora - quem veio a terreiro. Certamente para deixar claro que não foi por espírito persecutório que a DREN participou de diversos órgãos de informação, entre os quais o Expresso, a queixa para a ERC (a dirigida ao Ministério Público ainda não chegou ao Expresso) foi assinada pelo seu adjunto Manuel Oliveira. Assim é que é.

De acordo com a queixa, o senhor não gostou que os órgãos de Comunicação Social tivessem mostrado o vídeo sobre a disputa de um telemóvel numa sala de aula da escola Carolina Michaelis. Acha que devíamos, no caso do Expresso, ter posto uma máscara na cara dos intervenientes. Concedo que o poderíamos ter feito, se tal nos tivesse sido tecnicamente possível, embora discorde que a tal estivéssemos obrigados. O vídeo estava num dos sites mais procurados em todo o mundo, as imagens tinham má qualidade e o interesse público do assunto - que se confirmou na íntegra - impunha a divulgação. O Expresso e outros órgãos de Comunicação Social cumpriram a sua obrigação.

Poderá o mesmo dizer-se da DREN?
João Garcia in Expresso

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