Foi em tom crítico ao Governo que os bispos concluíram a sua reflexão sobre a situação da escola em Portugal. O Estado foi mesmo considerado, por D. Carlos Azevedo, como "o problema da Educação". E, no último dia de reunião, ontem, em Fátima, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou ao fim do clima de crispação entre professores e governantes, considerando que "só o debate sereno" irá resolver o problema.
Para a Igreja, a educação no nosso país devia estar "apostada no desenvolvimento integral da pessoa humana de todos e de cada um dos alunos". Mas não está, no entender dos bispos, que na nota final do encontro que decorreu desde segunda-feira, deixam críticas ao Governo e conselhos aos alunos, pais e professores.
D. Jorge Ortiga, presidente da CEP, repetiu as palavras do cardeal-patriarca de Lisboa - "o futuro do país depende mais dos professores do que dos políticos" - para advertir os governantes de que só a articulação de todos os parceiros pode resolver os problemas da educação, que classifica como fulcral para o futuro da sociedade portuguesa.
O prelado frisou que a Igreja poderá fazer o papel de mediadora neste processo "se se chegar à conclusão que, para os alunos, isso é importante".
É que os alunos são, no entender da Igreja, "a razão de ser das escolas". E os recentes casos de violência que têm sido relatados são "um sinal da sociedade que estamos a permitir que seja construída, onde há uma grande carência de valores".
Por isso, o presidente da CEP acredita que, dificilmente "a actual sociedade entenda que a mediação (nesta matéria) possa vir da Igreja".
Aos pais, a CEP apela a um "acompanhamento mais próximo" dos filhos. E, aos professores, lembra que a educação "requer um empenho redobrado na vocação que são chamados a desempenhar" e que "deve ser reconhecida e incentivada por toda a sociedade".
Helena Silva in JN
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